Ancestralidade, território e natureza no Cariri:
Dialogismos em a lenda da Pedra da Batateira
DOI:
https://doi.org/10.36470/famen.2025.r6a20Palavras-chave:
Literatura infantojuvenil, análise dialógica do discurso, narrativa oral indígena, educação ambiental, dialogismoResumo
O artigo analisa o livro infantojuvenil A Lenda da Pedra da Batateira: uma história do Cariri (Teles, 2020), destacando como seus recursos narrativos articulam saberes ancestrais, oralidade e natureza para promover uma ética de cuidado com o território. A partir da Análise Dialógica do Discurso, estruturada em etapas de descrição, análise e interpretação, foram codificados trechos relacionados a oralidade, território e natureza em planilha sistemática, o que permitiu identificar práticas hegemônicas de representação indígena e estratégias contra hegemônicas que valorizam saberes Kariri. A pesquisa revela que a voz da avó dialoga com a cosmovisão de Ailton Krenak, conferindo agência humana e não‑humana aos elementos naturais, e que referências como “Pangeia” estabelecem um diálogo produtivo entre mito e saber científico. Os resultados mostram ainda que metáforas poéticas e termos geológicos convergem em um enunciado polifônico que articula vozes diversas e tensiona discursos coloniais. Conclui‑se que a narrativa infantojuvenil, mediada criticamente, constitui campo fértil para práticas pedagógicas de literatura e educação ambiental, estimulando leitores críticos, sensíveis e comprometidos com a diversidade cultural e ecológica.
Palavras-chave: Literatura infantojuvenil; análise dialógica do discurso; narrativa oral indígena; educação ambiental; dialogismo.