O empreendedorismo no Ensino Médio Brasileiro no contexto da contrarreforma (Lei nº 13.415/2017) e da BNCC:

do sonho à formação do sujeito neoliberal

Resumo

Esse artigo objetiva refletir sobre o empreendedorismo no contexto do currículo brasileiro, abarcando sua trajetória desde sua possibilidade preconizada enquanto forma difusora dos sujeitos empreendedores até sua materialização no ensino médio, vide contrarreformas bem como sua institucionalização por meio de normativa que insere o empreendedorismo como eixo estruturante para formação da juventude brasileira. Para tanto, fez-se uso da análise documental no âmbito das políticas nacionais curriculares e educacionais, tendo como premissa de que essa conjuntura se deu a partir da mercantilização da educação básica, bem como análise e discussões conceituais sobre as interações do empreendedorismo, desde sua recontextualização no âmbito do modo de produção capitalista até sua implementação por meio da BNCC e da Lei nº 13.415/2017, tendo como recorte a ética neoliberal para formação de sujeitos reflexíveis, empreendedores e autônomos. As discussões apontam para o entendimento de que esse tema ainda carece de mais espaços de diálogos bem como para o fato de que a crítica literária e documental endossa as que intenções do empreendedorismo mobilizam competências para que o estudante se reconheça como entre privado, inovador, empresa de si, preparado para o contexto de incertezas dadas pela economia neoliberal, que preconiza o regime de concorrência, de (auto)responsabilização e busca por alto desempenho e performances.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Ensino médio. Currículo. BNCC. Sujeito neoliberal.